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(Portugués) Declaração conjunta da AIAFUF acerca da crise actual do capitalismo em plena Covid-19

Frente Única Anti-imperialista e Antifascista Internacional, 24 de Junho de 2020

 

A Era Industrial fez avançar o capitalismo, acumulou grandes riquezas para um punhado de pessoas e fez empobrecer as massas. O século XX apresentou a ascensão dos monopólios, a formação de oligarquias financeiras, a exploração do capital, consórcios internacionais e um mundo dividido e repartido pelas guerras. Foi também um campo de batalha para o Socialismo. A classe trabalhadora e os povos oprimidos lutavam, triunfavam e sofriam retrocessos. Porém, a história continua.

A restauração do sistema capitalista monopolista mundial nos países anteriormente socialistas agravou as crises sistémicas e periódicas da acumulação de capital no capitalismo. Antes do final do século passado, houve espaço para uma mudança de paradigmas a favor do neoliberalismo e da democracia liberal. A “guerra contra o terrorismo”, levada a cabo pelos EUA, bem como várias mudanças de regime, fracassaram na sua tentativa de reanimar a economia. O fascismo levantou a sua cabeça feia e transferiu a crise imperialista para as costas das massas trabalhadoras e das nações pobres.

O crash financeiro de 2008 desembocou numa crise do sistema mundial capitalista ainda pior e a um colapso do sistema financeiro e económico mundial neste ano de 2020, crise que se desenvolve com uma velocidade maior do que a da Grande Depressão a partir de 1929. O regime político neoliberal está mais falido do que nunca, levando a uma acumulação e inflação sem precedentes dos activos da oligarquia financeira e da burguesia monopolista, a dívidas insuportáveis, a uma depressão da economia à medida que se empobrece a sociedade de consumo e a crescente concorrência das correntes fascistas e antifascistas pelo mundo inteiro.

O actual colapso do sistema capitalista mundial coincide com a propagação da pandemia da Covid-19. A pandemia converteu-se numa crise maior do que deveria ser, isto porque o sistema imperialista reinante e as actuais políticas económicas neoliberais destruíram os sistemas de saúde pública e também ditaram a imposição de medidas de austeridade ao povo, reforçadas pela política neoconservadora de medidas cada vez mais repressivas e militaristas. A acelerada crise ambiental também exacerba as consequências sociais, económicas e sanitárias da pandemia e é uma das causas para o eclodir das pandemias.

O número de pessoas doentes e em sérias dificuldades é assombroso. Metade da Humanidade encontra-se em isolamento. As medidas de quarentena desesperadas deram lugar a enormes perdas de emprego e rendimentos. Os mais afectados são os trabalhadores, os desempregados, os jovens, as mulheres e crianças, os migrantes, as pessoas de cor, os pobres das zonas rurais e as pessoas que vivem em prisões sobrelotadas.

Milhares de Milhões de dólares, euros e yuans procuram uma saída da crise. A polícia e o exército, como forças de coerção do Estado, forçam a confinamentos mais rígidos e reprimem opiniões dissidentes. O povo, mesmo em casa, está inquieto. Querem uma saída da crise. Querem um futuro estável e sustentável.

Mais de um século de imperialismo, de saques e guerras motivadas pelo lucro, mataram milhões de pessoas e não irá salvar a humanidade. As pessoas pedem alto e bom som uma mudança de sistema. Usemos a riqueza social criada pelas pessoas trabalhadoras para garantir os empregos e os rendimentos, providenciar alívio económico e serviços médicos. A redistribuição da riqueza, taxando os ricos, não é suficiente. As medidas de resgate não deveriam ser para as corporações. A produção e permuta devem ser para o povo. O Socialismo é a única alternativa viável. Devemos nacionalizar sectores estratégicos, incluindo bancos e sistemas financeiros e pô-los nas mãos dos trabalhadores. Agora devia começar a era do bem comum.

 

Em linha com as nossas aspirações a longo prazo, afirmamos estas exigências imediatas e urgentes:

  1. Rendimentos e benefícios garantidos, subsídios em dinheiro e alívio imediato para os trabalhadores.

  2. Gestão de epidemias que respeite os direitos Humanos, testes massivos e serviços de saúde adequados para o povo.

  3. Protecção social para os agricultores, trabalhadores e as massas trabalhadoras.

  4. Não a medidas de resgate às grandes corporações, implementar resgates para a classe trabalhadora.

  5. Cancelamento, não apenas aliviar, da onerosa dívida externa dos países em desenvolvimento pobres.

  6. Suspensão e renegociação de acordos comerciais desiguais.

  7. Mobilização da ciência e tecnologia para o povo.

  8. Nacionalização dos sistemas de saúde pública, resistir e condenar as políticas neoliberais.

  9. Respeitar os direitos humanos e democráticos; libertar todos os presos políticos.

  10. Levantar as sanções contra 30 países e territórios, incluindo Cuba, Venezuela, Palestina e a República Popular Democrática da Coreia.

  11. Canalizar o orçamento militar para a saúde pública e para os serviços sociais.

Devemos educar o povo, pôr a nu as raízes das crises, conhecer as necessidades das pessoas e encontrar forma de apoia-las e opormo-nos à crescente militarização e às medidas fascistas.

Lutemos contra o imperialismo e o fascismo! Afirmemos o bem-estar e os direitos do povo!

Lutemos pela Soberania, a Democracia e o Socialismo!

 

 

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